O Borussia Dortmund enfrenta uma crise nos bastidores. A disputa de poder entre o atual presidente Reinhold Lunow e o CEO Hans-Joachim Watzke atingiu novos patamares, conforme revelado em uma reportagem investigativa do jornal Bild, com episódios constrangedores e rachas dentro da gestão do clube.
Segundo a publicação, a relação entre Lunow e Watzke se deteriorou a ponto de ambos evitarem compartilhar o mesmo voo em viagens corporativas do BVB. Em um dos episódios mais simbólicos, Lunow teria abandonado um jantar com torcedores durante a Copa do Mundo de Clubes em Cincinnati ao notar a presença de Watzke e sua equipe.
A tensão teria se intensificado após Lunow voltar atrás em sua promessa de renunciar na próxima assembleia geral para abrir espaço à candidatura de Watzke. Agora, aos 71 anos, Lunow quer buscar a reeleição, gerando desconfiança e decepção entre colegas próximos.
O Bild relata ainda um episódio embaraçoso envolvendo Lunow durante uma reunião nos Estados Unidos. O presidente teria perguntado onde será a próxima edição da Copa do Mundo de Clubes, o que causou sussurros no grupo ao redor, já que a competição é realizada a cada quatro anos e não em 2026. Outro motivo de espanto no clube foi a contratação unilateral de um funcionário do departamento de handebol, feita sem consultar os responsáveis pela área.
A disputa interna agora está nas mãos de um comitê eleitoral com 12 membros, que decidirá qual dos dois será indicado como candidato. Mesmo assim, a decisão final será dos sócios, em votação prevista para a próxima assembleia. A composição do comitê também é delicada: Lunow é um dos três membros do conselho que farão a decisão final, ao lado de Bernd Möllmann — que teria recebido uma proposta profissional vantajosa de Lunow — e de Silke Seidel, sua vice.
Do outro lado, Watzke conta com o apoio de nomes influentes dentro do clube, como o diretor administrativo Lars Ricken, o chefe de marketing Carsten Cramer e até o CFO Thomas Treß, apesar da amizade com Lunow. Segundo o Bild, Treß ficou "chocado" com a quebra de palavra do atual presidente.
Um fator-chave será o formato da votação: Lunow prefere a votação presencial, enquanto Watzke defende o modelo digital, acreditando que assim teria maior apoio da base de sócios. “As regras foram feitas durante a pandemia do Corona para que os clubes pudessem cumprir suas obrigações legais. Uma lei de emergência, por assim dizer. Agora temos tempo para encontrar o caminho certo juntos. Nada precisa ser apressado”, afirmou Lunow.
Com a tensão crescente e a pressão do comitê, o Borussia Dortmund pode estar prestes a viver um grande abalo institucional.