Texto por Colaborador: 03/05/2021 -

Coluna do Pedro - Apesar dos pesares, o Borussia Dortmund está de volta à final da DFB Pokal. No último sábado, o Signal Iduna Park foi palco para o confronto entre os aurinegros e a equipe que é a quarta colocada na Bundesliga 2, o Holstein Kiel. O time nunca jogou a primeira divisão alemã criada a partir de 1963, mas vivia uma jornada dos sonhos na Pokal, tendo derrotado o poderosíssimo Bayern de Munique nos pênaltis.

Antes da partida, a previsão era de um confronto complicado. Com a confiança em alta e brigando para subir para a elite alemã, o Kiel tinha tudo para chegar à semifinal com o peito estufado. O que foi observado no campo chocou até o torcedor aurinegro mais otimista.

Em ritmo de treino, aos 26 minutos o Dortmund já vencia por 3 a 0. Com extrema facilidade, o time comandado por Terzic marcou cinco vezes apenas na primeira etapa. No segundo tempo, como esperado, o Borussia Dortmund tirou o pé do acelerador para poupar seus atletas para a reta final da Bundesliga, já que disputa vaga na próxima Champions League.

A temporada se aproxima do fim e, com ele, chegam as ponderações necessárias sobre o desempenho nas competições. Em um balanço rápido, o Borussia sai da temporada 20/21 no lucro. Não gosto de falar de merecimento, porque um dos motivos do futebol ser apaixonante é sua capacidade de gerar narrativas improváveis e histórias surpreendentes de superação e, em tese, o time “mereceu” chegar à final, já que passou por todas as fases. Feitas as devidas explicações, não há como negar que a temporada é, em sua maioria, fraca.

Na Bundesliga o time luta por uma vaga entre os quatro primeiros, o que não condiz com o elenco aurinegro. Disputar em pé de igualdade com o Bayern é quase impossível, mas entre os elencos da Alemanha, pode-se dizer que o Borussia é o “campeão do resto”. O que então explica o desempenho bem inferior à qualidade do material humano disponível? Simples, as escolhas.

A diretoria do Dortmund extrapolou a cota de erros ao longo da temporada. O primeiro deles foi manter Lucien Favre no cargo. Após fracassos recorrentes e a queda absurda de rendimento, apostar mais uma vez no suiço não era, a meu ver, a decisão correta. A consequência foi a escolha de Edin Terzic para substituí-lo no meio dos campeonatos. O até então assistente técnico se tornou comandante do time da noite para o dia e se viu obrigado a conduzir a equipe, mesmo sem qualquer experiência.

Inexperiente, Terzic cometeu erros de novato, o que é compreensível, mas que vão para a conta da diretoria. A equipe empatou com times de menor expressão, como Colônia e Mainz 05, dentro de sua temida casa, essa que durante a pandemia e ausência do público perdeu o seu principal poder, a torcida.

Os reforços foram outro ponto de atenção. Se por um lado a decisão de comprar Haaland foi um acerto gigante, a decisão do nome da lateral direita foi extremamente equivocada. Meunier veio de graça, mas, de maneira paradoxal, custou caro aos cofres aurinegros. Ao longo da Bundesliga foram diversas falhas, mas a mais grave foi pela Champions League. Em Manchester contra o City, o Borussia conseguia um empate importantíssimo para se classificar para a semifinal até a troca de Morey por Meunier. No primeiro lance após a substituição, um cruzamento nas costas do belga deu origem ao gol da vitória do time inglês.

Houve acertos? Claro. A compra de Haaland trouxe um lucro esportivo em um primeiro momento e trará lucro absurdo de capital em um futuro próximo, já que o norueguês é um dos atletas mais cobiçados do momento. Entretanto, não há como deixar de lado os diversos equívocos promovidos pelos diretores, que são responsáveis, em parte, pela temporada irregular.

Por Pedro Henrique Oliveira / Contato: Twitter @_PedroDuartee

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