A distância entre os jogadores do Borussia Dortmund e sua apaixonada torcida parece estar aumentando, e os números revelam uma realidade preocupante. Uma análise do Westfälische Anzeiger aponta para uma estatística que expõe essa desconexão crescente no clube alemão.
Julian Brandt, que chegou ao BVB em 2019, divide com Emre Can o posto de profissional mais antigo do atual elenco. Mesmo assim, essa permanência não o coloca nem entre os 40 jogadores da Bundesliga com os vínculos mais duradouros em seus respectivos clubes. O meio-campista exemplifica perfeitamente o problema: apesar dos anos vestindo a camisa amarela e preta, nunca conseguiu conquistar o coração da torcida, sendo frequentemente recebido com desconfiança pelas arquibancadas.
A questão central é clara: faltam ídolos no atual plantel do Dortmund. A saída de Marco Reus no último verão deixou um vazio impossível de preencher. O atacante, nascido na própria cidade, representava a alma do clube e mantinha uma conexão única com os torcedores. Hoje, nenhum jogador do elenco desperta o mesmo nível de paixão e identificação que o camisa 11 proporcionava.
Segundo a análise, essa carência de figuras emblemáticas torna o ambiente mais propício às críticas, mesmo durante períodos de instabilidade menor comparados a crises reais de desempenho. O problema, no entanto, foi criado pelo próprio clube.
O Borussia adotou uma política de negócios focada em contratar jovens promessas, desenvolvê-las por períodos determinados e revendê-las com lucros substanciais. Essa estratégia comercial, embora eficiente financeiramente, impede a formação de laços duradouros entre jogadores e torcida.
Diferentemente de ídolos do passado como Kevin Großkreutz e Marcel Schmelzer, que talvez não fossem tecnicamente perfeitos mas conquistavam os fãs com sua garra e dedicação, os atuais atletas são vistos como passageiros temporários. Muitos chegam já como profissionais consolidados da Bundesliga e partem após cumprirem seus contratos, sem que os torcedores testemunhem sua evolução ou desenvolvam vínculos emocionais.
Essa falta de comprometimento emocional não afeta apenas o ambiente, mas também influencia diretamente o desenvolvimento esportivo da equipe. O "amor verdadeiro" pelo clube, ingrediente fundamental nos grandes momentos da história do BVB, tornou-se cada vez mais raro nas circunstâncias atuais do futebol moderno.