Texto por Colaborador: Redação 07/09/2025 - 02:30

O futebol feminino vive um momento de expansão mundial, refletido também nos números de audiência da Bundesliga. Porém, as atletas profissionais ainda não desfrutam das mesmas condições de seus colegas masculinos - seja em estruturas de treino ou visibilidade midiática. O desequilíbrio se torna mais evidente na questão financeira.

Apesar dos avanços recentes, muitas jogadoras ainda encaram o futebol como atividade secundária aos estudos ou trabalho principal. Para Dirk Zingler, presidente do Union Berlin, essa realidade é inaceitável. Às vésperas da estreia do clube recém-promovido, o dirigente de 61 anos disparou críticas contundentes à situação do futebol feminino alemão em entrevista ao Tagesspiegel.

"O desempenho do futebol feminino alemão está completamente aquém do esperado. Considerando os recursos financeiros disponíveis no futebol profissional, é constrangedor o pouco que chega às mulheres", declarou Zingler, retratando um cenário preocupante.

O dirigente também assumiu responsabilidade, principalmente porque a maioria dos clubes profissionais está envolvida - apenas dois dos 14 times da Bundesliga não possuem vinculação com equipes masculinas profissionais.

No Union Berlin, "diferentemente de muitos clubes, enxergamos nossas equipes profissionais como um departamento único", frisou. "Existe uma verba única e nós, como instituição, tomamos decisões estratégicas sobre o destino desse dinheiro."

Para a temporada 2022/23, o Köpenickers abraçou o futebol feminino e investiu massivamente na profissionalização das estruturas do departamento - oferecendo contratos profissionais para todas as atletas com "remuneração adequada". A recompensa dos Irons foi um sucesso impressionante: saltaram diretamente da terceira divisão da Regionalliga para a Bundesliga pela primeira vez na história.

Zingler espera que muitos rivais trilhem caminho similar: "Os clubes não devem discursar sobre profissionalização se não a levam a sério. Alguns times da Bundesliga classificam suas jogadoras como profissionais, mas não as remuneram condizentemente e disputam jogos em estádios pouco atrativos."

Sua meta futura é relativamente modesta - especialmente comparada aos salários astronômicos masculinos. No futuro, as mulheres deveriam receber mais de €30.000 ou €50.000, preferencialmente valores superiores. "Mas para isso ocorrer, todo o mercado precisa se expandir. E isso não acontece na Alemanha. Pelo contrário: o futebol feminino continua sendo mantido em patamar inferior aqui."

É inegável, contudo, que o Union Berlin por muito tempo figurou entre os clubes sem ambições no futebol feminino. Somente em 2022 - quando Zingler já comandava o Union há 18 anos - foram realizados grandes investimentos e anunciado o objetivo da Bundesliga.

"Primeiro, era necessário desenvolver melhores condições de treino e instalações. Em 2022, chegou o momento em que todas as peças se alinharam", justificou Zingler sobre a profissionalização tardia.

A recompensa chega neste domingo: aguarda o primeiro jogo do Union na Bundesliga. O time estreante enfrentará o 1. FC Nuremberg no Stadion an der Alten Försterei.

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