O Borussia Dortmund enfrenta uma crise interna que tem gerado tensão e dividido os bastidores do clube desde a chegada de Sven Mislintat. As disputas por influência e poder, envolvendo Mislintat, Sebastian Kehl e outros dirigentes, levantam dúvidas sobre a estabilidade e o futuro da gestão esportiva da equipe.
Um dos pontos de ruptura ocorreu em novembro passado, com a demissão do olheiro-chefe Eduard Graf. Considerado um aliado próximo de Kehl e com um relacionamento conflituoso com Mislintat, a saída de Graf foi um golpe duro para Kehl, segundo fontes internas. Enquanto isso, Mislintat trouxe Uli Schier, um confidente de longa data com quem trabalhou no Ajax e Stuttgart, para a posição. A contratação de Schier sequer foi anunciada oficialmente, gerando controvérsias internas.
Além disso, rumores apontam que Mislintat teria criticado Kehl e Nuri Sahin em conversas privadas com agentes, reforçando a divisão interna. Relatos sugerem que Mislintat tem ambições de suceder Kehl como diretor esportivo, mas essa possibilidade é vista como inviável enquanto Kehl estiver no clube.
As tensões também se refletem nas decisões de mercado. A chegada de jogadores como Waldemar Anton e Pascal Groß foi resultado de reuniões internas lideradas por Mislintat, onde Kehl atuou apenas como executor dos negócios. A transferência de Serhou Guirassy também envolveu agentes próximos a Mislintat, evidenciando seu domínio nas negociações.
Curiosamente, Mislintat é coproprietário de uma empresa de dados de futebol com o agente de Anton, o que levanta questões sobre possíveis conflitos de interesse. Apesar disso, Lars Ricken, responsável pela extensão do contrato de Kehl até 2027, valorizou a ética de trabalho e as conexões do dirigente, especialmente com Sahin e a equipe.
Incertezas sobre o futuro
A situação do clube é agravada pela dependência de resultados esportivos. Caso o Borussia Dortmund não consiga se classificar para a Liga dos Campeões, a posição de Kehl estará em risco, conforme estipulado pela diretoria. Por outro lado, a renovação contratual de Kehl gerou insatisfação em Mislintat, que teria criticado a decisão de Ricken em conversas informais com funcionários do clube.
Watzke preso em sua própria estratégia
Hans-Joachim Watzke, presidente do clube, enfrenta um dilema. Como responsável por trazer Ricken, Kehl, Mislintat e Sahin para o Borussia Dortmund, Watzke evita tomar decisões drásticas que possam minar sua política de delegação de poder. No entanto, sua relutância em intervir diretamente agrava a percepção de instabilidade dentro do clube.
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