Texto por Colaborador: Redação 19/11/2025 - 02:00

Às vésperas da assembleia geral de sócios do Borussia Dortmund, Hans-Joachim Watzke decidiu sair do silêncio e abordou publicamente a delicada questão da sucessão na presidência do clube. Aos 66 anos, depois de duas décadas como dirigente executivo, ele agora pretende assumir o cargo de presidente e falou de maneira aberta sobre os meses mais conturbados de sua longa trajetória no comando aurinegro.

Em entrevista ao site schwatzgelb.de, Watzke revelou que viveu um período marcado por conflitos, incertezas e pressões pessoais. O estopim foi a decisão inesperada do atual presidente, Reinhold Lunow, de concorrer novamente ao posto — algo que pegou Watzke completamente de surpresa. Ele admitiu que os últimos seis meses foram especialmente difíceis e que enfrentou situações inéditas em 20 anos de clube, algumas das quais o afetaram profundamente no âmbito pessoal. Segundo ele, os órgãos internos chegaram a ficar divididos e a relação de confiança foi abalada. Agora, porém, as partes estão se reaproximando e trabalhando para normalizar o convívio.

Além da disputa pela liderança, outro tema gerou grande desconforto dentro do Borussia: o polêmico acordo de patrocínio com a Rheinmetall, empresa do setor de defesa. Watzke reconheceu que percebeu desde cedo a natureza espinhosa do negócio. Ele afirmou, no entanto, que houve aprovação unânime na época: se algum membro de qualquer instância tivesse votado contra, o contrato não teria sido fechado. Por isso, ficou particularmente irritado quando, após a assinatura, alguns dirigentes passaram a se distanciar publicamente do acordo. Para 2026, ele anunciou que o assunto será novamente discutido, sem garantias sobre o desfecho.

No campo esportivo, Watzke elogiou os responsáveis pela equipe. Destacou especialmente o trabalho do treinador Niko Kovac, atribuindo a ele grande parte do atual nível de desempenho, condicionamento físico e mentalidade do elenco. Também comentou sobre o diretor de futebol Sebastian Kehl e o diretor executivo Lars Ricken, ressaltando a competência técnica de ambos, embora tenha admitido a existência de atritos que precisaram ser superados. Quanto à sua própria atuação, Watzke disse que hoje interfere apenas pontualmente em questões operacionais.

Caso seja efetivamente eleito presidente no dia 23 de novembro, Watzke prometeu estabelecer estruturas claras, promover reformas e fortalecer o espírito de unidade no clube. Ele deixou claro que não fará parte do conselho de supervisão da KGaA, demarcando assim a diferença entre sua nova função e as anteriores.

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