Tebas e as questões milionárias: O que está em jogo para as ligas europeias

Texto por Colaborador: Redação 03/03/2025 - 03:30

A reunião dos representantes das ligas europeias em Frankfurt nesta semana será dominada por dois temas centrais: o retorno da La Liga espanhola ao grupo e o impacto dos crescentes prêmios da Champions League nas competições nacionais.

A European Leagues (EL) celebra seu 20º aniversário com sua 50ª assembleia geral na cidade alemã, em um encontro que pode definir o futuro da organização. Além da eleição de um novo conselho e presidente, o evento marca o retorno da poderosa La Liga, que havia deixado a associação há dois anos após desentendimentos. Seu polêmico presidente, Javier Tebas, volta a integrar o grupo.

Considerando os desafios atuais do futebol europeu, esse retorno é bem-vindo para a EL. Os espanhóis, liderados por Tebas, têm atuado junto à Liga Alemã (DFL) e à Premier League inglesa contra a flexibilização das regras financeiras da UEFA, em oposição aos clubes controlados por fundos estatais como PSG e Manchester City, que teoricamente poderiam injetar recursos ilimitados.

Altos representantes das ligas já haviam se reunido na Alemanha durante a conferência Spobis em Hamburgo no início de fevereiro, onde o conselho atual se encontrou e diversos dirigentes participaram de painéis de discussão.

O desequilíbrio competitivo nacional causado pelo aumento das premiações da UEFA é um tema central. Na atual temporada, com o novo formato das competições europeias, a UEFA arrecada 4,4 bilhões de euros (antes eram 3,5 bilhões), distribuindo 3,317 bilhões aos participantes – principalmente aos clubes da Champions League, onde um time pode receber até 156,03 milhões de euros.

Para contextualizar o impacto: a liga holandesa Eredivisie recebe cerca de 125 milhões de euros anuais pelos direitos de transmissão exclusiva da ESPN, enquanto PSV Eindhoven e Feyenoord Rotterdam já embolsaram mais de 60 milhões de euros cada na atual Champions, incluindo os 11 milhões pelo avanço às oitavas de final. Isso significa que esses clubes ganham internacionalmente entre cinco e seis vezes mais do que recebem domesticamente, ampliando ainda mais a disparidade competitiva nacional.

Na Alemanha, o Bayern de Munique lidera os ganhos com aproximadamente 92,4 milhões de euros após classificação para as oitavas, seguido de perto pelo Bayer Leverkusen com 87,1 milhões. Destes valores, 48,37 milhões (Bayern) e 50,57 milhões (Bayer) vêm de prêmios por vitórias, participação e classificação, com o restante proveniente da chamada "premiação por valor". Em comparação, o Bayern deve receber 91,07 milhões pela Bundesliga nesta temporada, enquanto o Leverkusen receberá 80,52 milhões.

Além disso, Bayern e Borussia Dortmund participarão do Mundial de Clubes da FIFA no verão, com especialistas estimando premiações de aproximadamente 40 milhões de euros por clube.

O torneio da FIFA é amplamente criticado pela EL, que junto à associação de jogadores Fifpro apresentou queixa à Comissão Europeia. As preocupações incluem não apenas a sobrecarga para os atletas, mas também o impacto no calendário e uma possível "canibalização" dos direitos de mídia, principal fonte de receita das ligas. Quanto mais relevantes forem competições como Champions League e Mundial de Clubes, mais difícil será para as ligas nacionais manterem seu atual status financeiro.

Entre os candidatos ao novo conselho está o CEO da DFL, Dr. Marc Lenz, que já integra o órgão atualmente.

Categorias

Ver todas categorias

Kovac é uma boa escolha para o BVB?

Sim

Votar

Não

Votar

268 pessoas já votaram