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Texto por Colaborador: Redação 21/09/2025 - 05:00
A Puma enfrenta sua pior crise financeira em décadas, numa ironia cruel do destino. A fabricante alemã acaba de assinar um dos contratos mais valiosos de sua história - 400 milhões de euros com o Borussia Dortmund até 2034 - mas pode amargar prejuízos recordes.
O megacontrato, fechado em julho, garante 28 milhões de euros anuais ao BVB, além de bônus por desempenho. Carsten Cramer, CEO do Dortmund, comemorou na época um "resultado extraordinário" nas negociações.
Mas os números da empresa contam uma história bem diferente. A ZDF revelou que a Puma pode registrar prejuízo operacional de até 525 milhões de euros neste ano. Suas ações despencaram nos últimos dois anos, saindo de um pico histórico de 115 euros (novembro de 2021) para meros 21,60 euros atualmente.
O diagnóstico é claro, segundo Florian Riedmüller, especialista em marketing da Universidade Técnica de Nuremberg: falta atratividade à marca. A Puma não consegue criar produtos exclusivos para superestrelas como fazem Nike e Adidas, perdendo espaço no segmento mais lucrativo do mercado.
No comando acionário, a turbulência aumenta. A família Pinault, dona de 29% da empresa, já reduziu sua participação e sinalizou abertura para vender tudo - desde que receba uma oferta "adequada". Investidores como o canadense Jamie Salter e Alexander Dibelius (CVC) aparecem como possíveis interessados.
O problema está no preço. Pinault quer 40 euros por ação, quase o dobro da cotação atual. Uma diferença abismal quando se lembra que a empresa já valeu 115 euros por papel.
Especulações sobre fusão com a arquirrival Adidas também circularam, mas Riedmüller descarta a possibilidade. Para o especialista, unir "dois gigantes globais do esporte" seria um contrassenso estratégico.
Para o Borussia Dortmund, a situação preocupa. Mais que fornecedora de uniformes desde 2012, a Puma é sócia do clube (5,32% das ações) e tem representante no conselho supervisor - cargo ocupado por Matthias Bäumer, que também é diretor comercial da fabricante.
Agora, BVB e Puma enfrentam juntos o maior desafio de uma parceria que já dura mais de uma década.