“O BVB não tem líderes nem mentalidade vencedora”, critica psicólogo esportivo

Texto por Colaborador: Redação 22/02/2025 - 11:00

O Borussia Dortmund garantiu vaga nas oitavas da Liga dos Campeões, mas na Bundesliga enfrenta uma campanha irregular, ocupando apenas a 11ª posição. O contraste entre as atuações na competição europeia e no campeonato alemão tem gerado questionamentos, e o psicólogo esportivo Matthias Herzog, em entrevista ao fussball.news, apontou possíveis explicações para essa discrepância.

Para Herzog, a motivação da equipe muda conforme o cenário. “Na Liga dos Campeões, o Dortmund joga no maior palco do futebol de clubes. Holofotes, atenção internacional, grandes adversários – isso eletrifica os jogadores”, afirmou. No entanto, ele acredita que essa energia desaparece na Bundesliga. “Contra Paris ou Milan? 100% de motivação. Contra Augsburg ou Mainz em uma tarde cinzenta de sábado? De repente, a última mordida está faltando.”

Além disso, Herzog critica a falta de mentalidade vencedora na equipe. Para ele, o BVB se sente confortável como azarão na Champions, mas não lida bem com o papel de favorito na Bundesliga. “O Dortmund se vê como um clube de ponta, mas nem sempre se comporta dessa maneira. Um verdadeiro clube de ponta não apenas vence os grandes jogos, mas entrega semanalmente na liga”, afirmou.

O especialista também aponta falhas na gestão do clube. Ele considera que há um excesso de poder fragmentado nos bastidores, o que impede o Dortmund de evoluir. “Se você procurar os culpados no BVB, terá que começar do topo. O peixe fede na cabeça: Watzke, Ricken, Kehl, Sammer – a administração do Dortmund parece um estábulo de galos. Todo mundo pensa que é o mais importante, mas ninguém assume responsabilidade real.”

Por fim, Herzog destaca que o elenco carece de liderança e um estilo de jogo bem definido. “O BVB não tem líderes, nem espinha dorsal, nem mordida. Brandt, Schlotterbeck, Kobel, Can – todos desaparecem quando é importante. Sem declarações fortes, sem emoções, apenas frases vazias como ‘Temos que entregar’ ou ‘Temos vergonha’.” Ele acredita que, sem mudanças estruturais e de mentalidade, o Dortmund seguirá longe do título alemão.