Blog da Carla - Ele é o novo garoto de ouro da América, a sensação, aquele que todos os meninos do colegial sonham ser. Sim meus amigos hoje vamos falar de Estados Unidos, mas não, você não errou de blog. O garoto que está fazendo a mídia americana “enlouquecer” literalmente é Christian Pulisic. Com um belo futebol, números impressionantes, atenção da mídia e confiança do torcedor a promessa auri-negra pode iniciar uma nova era para o esporte na terra do “Tio Sam”.
Não é de hoje que de investir no futebol está nos planos dos americanos, donos de recordes em várias modalidades eles anseiam há muito tempo melhorar suas marcas. Porém futebol por lá não é exatamente a primeira opção dos telespectadores que preferem ver LeBron James, Tom Brady, Tiger Woods, e outras lendas em atuação. A solução? Investir pesado em craques de fora para divulgar o esporte (Kaká, Beckham e até Pelé estão aí para provar isso).
Porém, o que “Tio Sam” não sabia era que investir na prata da casa daria mais resultado. A seleção tem vários nomes bons e conhecidos nos últimos tempos: Donovan, Dempsey, Howard e companhia limitada. Eles são os pioneiros que anunciam uma nova era nascendo na terra do Mickey. Mas o melhor está por vir (abram os olhos técnicos) e Pulisic é o primeiro da safra de novos heróis americanos, muito mais habilidosos e versáteis que seus antecessores.
E os números provam isso. Para começar o LeBron James Kid, como já foi chamado pela imprensa local, acumula alguns recordes. É o mais novo goleador estrangeiro na Bundesliga, o jogador mais novo a marcar duas vezes em um jogo no Campeonato Alemão, e o mais jovem a marcar para a seleção nacional dos EUA. E não para por aí. Christian Pulisic na sua seleção é um dos princiapais nomes por ser decisivo, nos jogos quando não marca seu próprio gol está presente em assistências para seus companheiros marcarem. Em 17 partidas pela seleção principal ele marcou 7 vezes.
Já no Borussia Dortmund, o garoto de 18 anos tem se tornado uma peça importante num elenco que precisa se refazer para se tornar mais competitivo. Na temporada 15/16 no time profissional auri-negro, Pulisic jogou 9 vezes na Bundesliga marcando 2 vezes. Na temporada passada, em 29 jogos do Campeonato Alemão marcou 3 vezes e deu 8 assistências, na Champions League 10 partidas, 1 gol e 3 assistências. Na DFB-Pokal o jogador participou 4 vezes, marcando 1 gol e dando 2 assistências. No total foram 43 jogos, 5 gols e 13 assistências. E os números tendem a melhorar já que tudo indica que na temporada atual Pulisic deve ter um papel mais importante no elenco do Dortmund e deve ser figurinha mais recorrente nos jogos.
Mas por que em um país com tantos talentos para o esporte o futebol “não dá liga”? A resposta é irônica: falta de investimento. Os clubes e principalmente as ligas de base não tem organização e investimentos ao ponto de formar uma nova geração de craques. No país da praticidade e da velocidade as equipes não fazem investimentos milhonários como times europeus, exemplos como Paris Saint- Germain e Manchester City, que aos poucos mudam o cenário e colocam suas marcas como competitivas. Isso leva certo tempo e apostas das quais o mercado americano ainda não se abriu (quem sabe um dia?).
Outro problema é a falta de oportunidade para novas estrelas serem descobertas e aos poucos lapidadas. Não, “Tio Sam” quer ver mesmo é resultado na hora, “like fast food” então os jovens ficam no banco e perdem sua oportunidade de amadurecer o futebol.
“Eu acho que estamos segurando alguns dos talentos [...] jogadores jovens tem oportunidades muito limitadas para atuar na equipe principal [...] enquanto na Europa, se eles são considerados capazes de lidar mental e fisicamente com os jogos da equipe principal, então terão oportunidades para jogar", disse Mark Pulisic, pai do próprio Christian , que foi atacante da equipe americana Harrisburg Heat e agora é técnico profissional, em entrevista à CNN."Você simplesmente não vê isso aqui e é uma vergonha”.
Pois eis que a família Pulisic descobriu a fórmula do sucesso para os americanos, se o desenvolvimento de um jovem atleta não vem em casa que seja na Europa. No continente berço do futebol os jogadores tem a chance de crescerem em bases mais bem equipadas e em equipes com infraestrutura mais adequada para fazer despontar um grande craque. E que casa melhor para formar o novo queridinho da América do que a liga mais rentável do velho continente? Sim, foi na Bundesliga, mais precisamente no Borussia Dormtund, que Christian Pulisic deixou de ser uma promessa para se tornar LeBron James Kid.
Agora você leitor deve estar se perguntando o que é que os auri-negros da terra do chucrute tem a ver com todo esse verdadeiro conto de fadas do “Tio Sam”? Pois eu lhes digo, tudo. Sim, eu mesma falei na crônica passada que não podemos exigir demais do garoto, e sigo firme nessa opinião. Que permitam LeBron James Kid se desenvolver jogo por jogo, que ele nos encante, que nos conquiste pouco a pouco, que traga futuros títulos e dias de glória. Que a pressa, inimiga da perfeição, fique para os americanos e seu “American way of life”. Fique à vontade Pulisic para continuar trazendo alegrias para a muralha amarela e que traga junto uma fase mais promissora para a equipe de Dortmund. Que o garoto revolucione em campo da mesma forma que vem mexendo descaradamente com o coração de “Tio Sam”.
Por Carla Taissa
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