Coluna do Pedro - Bem-vindos a minha coluna. Hoje irei ressaltar a batalha tática entre os treinadores no Der Klassiker. No último sábado, a equipe aurinegra venceu o Bayern de Munique por 3 a 2. Na temporada 17/18 da Bundesliga, o Borussia não havia conseguido vencer nenhum dos dois encontros contra os bávaros. No Signal Iduna Park, a equipe da casa, ainda comandada por Peter Bosz, foi derrotada por 3 a 1. No jogo do segundo turno, na Allianz Arena, o Bayern aplicou 6 a 0 na equipe do Dortmund. Na ocasião, o time de Munique venceu a competição com 84 pontos e os aurinegros terminaram com apenas 55 pontos, na quarta colocação.
O início do BVB na nova temporada foi muito bom. Chegou para o confronto contra o atual campeão como o único time invicto na Bundesliga, com 7 vitórias e 3 empates. Muitos apostavam na derrota do Borussia Dortmund, mas os torcedores estavam confiantes de que o roteiro poderia ser diferente daquele observado na temporada passada. O cenário não poderia ser mais favorável ao time da casa, já que o Borussia chegou como o líder da competição e quatro pontos à frente do Bayern.
O primeiro Der Klassiker de Lucien Favre e Niko Kovac marcou uma batalha tática entre os dois treinadores. O comandante do BVB entrou em campo com algumas mudanças. Delaney deu lugar ao jovem Weigl, Pulisic deu lugar ao Larsen e Alcácer deu lugar ao alemão Götze como falso 9. A equipe se defendeu com duas linhas de quatro e dois jogadores mais avançados, Reus e Götze. O time da Bavária veio com quatro defensores, Javi Martínez na frente da zaga, Goretzka e Müller no meio, Ribéry e Gnabry bem abertos e Lewandowski de centroavante. Na hora de se defender, o time fazia as duas linhas de quatro na frente do gol com dois homens marcando o passe dos volantes aurinegros.
No primeiro tempo a estratégia de Kovac prevaleceu, até em função da marcação alta exercida pelo Bayern, aspecto que sufocou e prejudicou a criação de jogadas do time da casa. Do outro lado, Sancho fazia uma partida ruim, pois estava com a função de atacar o espaço deixado por Alaba e também ajudar Piszczek a marcar o Ribéry. A escalação de Weigl não se provou efetiva já que ele errou muitos passes que armaram contra-ataques e não foi capaz de distribuir o jogo. Favre percebeu os erros e voltou para a segunda etapa com Dahoud no lugar do camisa 33. O sírio deu outra dinâmica ao meio de campo do BVB, que já começava a se aproveitar de um Bayern de Munique cansado devido à pressão imposta no começo do jogo. Por ser mais rápido e mais físico que Julian Weigl, Dahoud fortaleceu o meio do Borussia e deu aumentou a capacidade de ataque. Além disso, Favre deu mais liberdade para os laterais, Hakimi e Piszczek, atacarem e fazerem inversões para confundir os defensores da equipe adversária e Sancho ficou livre para flutuar pela ponta e pelo meio.
O efeito não demorou muito. Com quatro minutos do segundo tempo, Jadon Sancho colocou Reus na corrida e o alemão sofreu pênalti. Ele mesmo foi para a batida para empatar o confronto. Três minutos depois, Robert Lewandowski voltou a castigar seu antigo clube e colocou os visitantes na frente novamente. Mesmo com o balde de água fria, o Borussia não parou de atacar e aos 22 minutos da etapa final, após cruzamento de Piszczek, Marco Reus acertou uma bela finalização no canto direito de Neuer para empatar o jogo.
Os aurinegros passaram a dominar a partida e o comandante do BVB, para transformar o domínio em gols, colocou o goleador Paco Alcácer no lugar de Götze. O ataque jovem e veloz cansou os bávaros. Niko Kovac percebeu isso e trocou Hummels, que estava perdendo no duelo contra o garoto Sancho, por Süle. Em menos de 15 minutos após entrar, Alcácer recebeu um excelente lançamento de Witsel e, com um toque de categoria na saída de Manuel Neuer, colocou o Dortmund na frente do placar. Em uma tentativa desesperada e desorganizada, o técnico do Bayern sacou Gnabry e Müller que deram lugar a Renato Sanches e Sandro Wagner, respectivamente. A pressão desordenada dos visitantes chegou a gerar um gol de Lewandowski, que foi anulado porque o camisa 9 estava em impedimento. O resultado era esse, 3 a 2 para o time da casa, que abriu sete pontos de diferença para o rival.
A partida se apresentou como um jogo complicado e no duelo tático Lucien Favre se deu melhor. Mostrou coragem de mudar a escalação do time e muita perspicácia na hora de fazer substituições ao trocar as peças certas. A virada na segunda etapa é fruto da observação e do raciocínio do suíço, que constatou que os visitantes cansariam mais rápido após terem feito uma marcação alta no primeiro tempo.
O Borussia Dortmund volta a campo pela Bundesliga no dia 24 de novembro, após a data FIFA, no duelo fora de casa contra o Mainz 05.
Por Pedro Henrique Oliveira / Contato: Twitter @pe_oliveira99
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