Apesar do destaque esportivo e da expressiva participação nas principais competições europeias, o Borussia Dortmund enfrenta um cenário financeiro delicado. Mesmo com receitas que ultrapassam os € 130 milhões advindas da Liga dos Campeões e do Mundial de Clubes, o clube alemão opera com um orçamento apertado para a próxima janela de transferências.
Segundo o diretor esportivo Sebastian Kehl, a presença na Champions League não representa automaticamente uma margem extra de investimento. “Não conseguimos uma renda adicional só porque estamos jogando a Liga dos Campeões”, afirmou, destacando que os ganhos mal cobrem os custos operacionais do clube.
O grande entrave está no lado das despesas: o Dortmund gasta cerca de € 268 milhões por ano apenas com salários e estrutura de pessoal, o que compromete boa parte do orçamento. De acordo com o jornalista Jesco von Eichmann, da Sky, “é preciso gerar receita em todas as outras áreas apenas para atingir o ponto de equilíbrio”.
O desequilíbrio entre compras e vendas também contribuiu para o aperto. Segundo Patrick Berger, também da Sky, o Dortmund gastou mais de € 100 milhões na temporada passada em contratações como Beyer, Guirassy, Gross, Anton e Yan Couto — enquanto arrecadou apenas cerca de € 60 milhões com as saídas de Niclas Füllkrug e Donyell Malen. “No caso do Malen, a venda nem foi para reinvestir, mas para tentar equilibrar a situação”, explicou Berger.
Diante desse cenário, o clube deverá retomar sua tradicional estratégia de mercado: buscar jovens promessas com alto potencial de revenda. Uma das alternativas imediatas pode ser a venda do jovem Jamie Bynoe-Gittens, por quem o clube estaria disposto a negociar por valores entre € 50 e € 60 milhões, segundo a Sky. Outros nomes como Gio Reyna, Julian Brandt e Marcel Sabitzer também aparecem como potenciais moedas de troca para aliviar as finanças.
Assim, o Borussia Dortmund entra no verão europeu com a missão de equilibrar as contas. Mesmo com a visibilidade internacional e o sucesso esportivo recente, o clube mostra que, nos bastidores, a austeridade não é uma opção — é uma necessidade.