Texto por Colaborador: 05/09/2017 -

Blog da Carla - O que esperar do Borussia Dortmund para a temporada 2017/2018? Eis a grande questão. O time reina absoluto com a maior média de público da Bundesliga, e continua sendo uma das mais tradicionais camisas do futebol alemão. Assim como, dando continuidade ao costume de ser celeiro de revelações para excelentes atletas. Ingredientes estes que deveriam permitir a camisa auri-negra acúmulo de títulos e sucessos. Porém o que a mais apaixonada torcida alemã tem levado para casa são apenas conjuntos de decepções.

A prova disso é tanto matemática quanto factual. Nas duas últimas temporadas o Dortmund apresentou números bem melhores do que os concorrentes entre os primeiros lugares, se destacando no saldo de gols: na temporada passada ficou em 3º, mas com cinco gols a mais que Leipzg (2º) e Hoffenheim (4º), e na temporada anterior mais de trinta gols na frente do terceiro colocado Leverkusen (48 gols contra 16 no saldo). Também teve menos derrotas que os concorrentes, e esteve entre os times com menos empates. Seu elenco é outro destaque, mesmo com as polêmicas de transferências controversas o time auri-negro tem bons jogadores, craques com excelente nível de futebol e amates da camisa de Dortmund, além do clube sempre revelar jovens e bons talentos seja da base ou em mercado de compras. A equipe joga com garra, determinação e apresenta sim, bom futebol.

Então qual é o problema das abelhas? Se você pensou em Bayern München está certíssimo, mas quem dera o problema parasse aí. Ok, obviamente nessas últimas temporadas os números da equipe bávara são superiores, em todos os aspectos. Além da equipe de Munique não desperdiçar chances de acumular pontos, sendo sempre a equipe com menos empates e derrotas. E o último e mais cruel detalhe: seu elenco de estrelas bem entrosadas. Mas só isso não pode ser considerado como a culpa do jejum de títulos expressivos do Dortmund.

Em primeiro lugar fica obviamente marcado na memória a quantidade de derrotas acumuladas, inclusive em jogos onde tem-se chance real de levar a vitória e por erros dentro de campo ela acaba não vindo. Outro ponto desfavorável é a falta de mais jogadores de destaque, aquele ídolo mesmo, o cara que bota medo no adversário antes até de se pisar no campo. Sim, o Borussia tem Aubameyang, que esteve na lista da artilharia do campeonato nas últimas temporadas se sagrando o artilheiro ano passado com 31 gols. Mas ele sozinho “não faz chover” como diz o ditado. Marco Reus sofre incanssáveis lesões e ainda não mostrou 100% de seu potencial, Gotze voltou, mas entrou na fila dos lesionados. Temos promessas como Pulisic, mas o garoto ainda precisa amadurecer um pouco mais, o que é natural, e não pode ser carregado de expectativas antes da hora.

Porém, principalmente, fica claro a urgência de um grande nome para a defesa, um líder capaz de passar confiança para a torcida e tranquilidade para seus companheiros em campo. A gente perdeu Mats Hummels, mas convenhamos que o zagueiro também não vinha apresentando jogos tão bons assim, se comparados aos da seleção alemã também. E da mesma forma, um homem não faz o trabalho sozinho. Mas Hummels abandonou o barco, e Ginter seguiu com ele. O garoto é sim bom de bola, mas no Dortmund nunca deixou de ser sempre uma promessa, faltava se efetivar como nome de peso perante os adversários.

Fora isso amigos nem vamos falar dos erros de passes, de jogadas ensaiadas que não dão certo, falta de criatividade e visão de bola para criar ou finalizar jogadas, erros de posicionamento, falta de entrosamento. Sim, são detalhes, mas que fazem toda a diferença numa partida. Afinal de contas a hegemonia do Bayern München está aí para provar a velha máxima do futebol: ganha quem erra menos, quem é inteligente, perspicaz, não necessáriamente quem mostra futebol mais bonito.

Então a pergunta que fica é: como será a nova temporada? O time está na liderança, jogando bem, mas isso continuará pelo resto da temporada ou é apenas “fogo de palha” que logo se apaga? E com o fechamento do mercado da bola na Europa e o time comprando bem, mas ficando a falta de um nome de peso nas contratações, resta saber se o elenco conseguirá manter o bom nível. Gotze ainda recupera sua antiga forma, Reus tem volta prevista só para final de novembro ou início de dezembro, ou seja, chegarão já com o bomde andando e sabe-se lá em que condições.

As chances de título? Falemos a verdade, para bater o elenco bávaro por meses a fora o Dortmund precisa urgentemente amadurecer uma equipe titular forte e competitiva, e isso ainda deve levar um tempo. Mas a Bundesliga não é de todo impossível se a temporada for bem planejada pelo senhor Peter Bosz e seu amado 4-3- 3. Para Champions fica um pouco mais difícil se formos comparar equipes com elencos mais fortes. Então fica a aposta para a DFB-Pokal (Copa da Alemanha), onde o Borussia já carrega o peso do título anterior, além da vantagem de ser um mata-mata, onde em um jogo bem jogado e sem erros, o time pode ir vencendo e se firmar bicampeão.

Mas o que a gente quer ver mesmo é um time bom, de garra, que faz você ficar sentado na frente da tv de boca aberta e nem piscar. Queremos títulos que botem o nome do clube no lugar de destaque que merece. A gente espera, ainda espera o renascer da camisa auri-negra que bota medo no adversário. Que o time se inspire na torcida então, que olhe as 80 mil “abelhas” da muralha amarela gritarem semanalmente sua força, sua garra e levem isso para dentro de campo. Que seja o décimo segundo jogador a empurrar o time para sua glória.

Por Carla Taissa