Em artigo publicado no portal RUHR24, a jornalista Marian von Hatzfeld criticou duramente o ambiente em torno do Borussia Dortmund, apontando que se criou uma “cultura de bode expiatório” no clube. Usando o caso de Julian Brandt como exemplo, ela argumenta que o meia vem sendo injustamente responsabilizado por más fases do time.
Brandt foi para o banco na vitória por 3 a 1 sobre o Barcelona, no dia 15 de abril, após atuações abaixo do esperado. Oficialmente, a justificativa foi de que ele precisava de descanso após muitos jogos. No entanto, mesmo com o resultado positivo e outros destaques em campo, como o recorde de Serhou Guirassy, parte da torcida e da mídia preferiu ironizar e criticar a ausência do camisa 10.
“Brandt no banco foi apenas o divisor de águas”, dizia um comentário no YouTube, curtido por centenas de usuários, sugerindo que a equipe só venceu por ele não ter jogado. Para Marian von Hatzfeld, esse tipo de reação reflete uma tendência preocupante de ataques desproporcionais e falta de objetividade.
A jornalista ressalta que o meia de 28 anos não vinha fazendo uma temporada ruim até a lesão sofrida antes da partida contra o Union Berlin, em fevereiro. Ainda assim, sua ausência em jogos seguintes foi usada para associar o sucesso do time à sua não participação.
Além de Brandt, nomes como Emre Can e Meunier também já foram alvos dessa cultura de responsabilização individual, que segundo von Hatzfeld, se repete há anos no Dortmund. Declarações como a de Didi Hamann, que sugeriu a saída de Brandt por ele ser “sintomático” dos problemas do clube, são apontadas como exemplo de comentários que contribuem para o clima tóxico.
No fim do texto, a autora faz um apelo: “menos pelourinho, mais justiça”. Para ela, críticas são parte do futebol, mas é preciso responsabilidade ao tratar o desempenho dos atletas, sem transformar erros em motivo de zombaria pública ou perseguição.